O artista Alexandre Rendeiro partilhou, no Instagram, uma foto de dois idosos parados num dos lanços das escadas, de 39 metros de profundidade, do metro da Baixa-Chiado, em Lisboa.
A imagem provocou revolta nas redes sociais. Nela vê-se um homem parado, visivelmente cansado, enquanto é amparado pela mulher. Ao lado, as escadas rolantes – mais uma vez paradas.
“O país do deixa andar; neste caso, do deixa subir. Hoje, encontro ao lado do quarto vão de escadas rolantes inativo, este senhor idoso ofegante agarrado ao corrimão e à sua companheira. Desde que cheguei a Lisboa, em 2006, até hoje, deparo-me, como milhares de outros utentes, com a paragem frequente – diria quase diária – de pelo menos um dos quatro vãos de escadas rolantes na estação da Baixa Chiado”, denunciou Alexandre.
Na mesma publicação, o músico sublinhou que estamos a falar de uma estação de metropolitano “no centro da capital de um país que tem a lata de andar a dar estímulos para os nómadas digitais” e que, segundo Alexandre, é indiferente aos “sedentários analógicos”.
Perante anos de problemas no funcionamento destas escadas, o artista acha que já “basta”, que é “uma vergonha” e o espelho de uma “gritante má gestão de recursos neste país”. Por isso, apela a todos que a partilhem. “As coisas podem e devem mudar”, atirou.
A imagem, publicada na passada terça-feira, tornou-se viral e, neste momento, já tem mais de 41 mil gostos e quase mil comentários.
A repercussão da fotografia foi tanta que levou o Metropolitano de Lisboa a emitir um comunicado onde garante que, até ao final do mês de outubro, todas as escadas mecânicas da estação Baixa-Chiado estarão em “pleno funcionamento”.
Ainda segundo o Metro, nesta estação, “cinco escadas mecânicas já foram substituídas por novos equipamentos e encontram-se em curso obras de renovação e beneficiação das restantes oito escadas”.
De acordo com o Metropolitano de Lisboa, as sucessivas avarias acontecem devido não só ao desgaste acumulado pelo tempo, sobreutilização da estação e antiguidade dos equipamentos, como a atos de vandalismo.